domingo, 9 de janeiro de 2011

O pesadelo

Vou contar a história de um casal conhecidos meus, que se casaram a 20 e tantos anos atrás, num lugarejo pacato, com muita gente que gosta de falar da vida dos outros. Sabe como é, lugar pequeno, onde todos se conhecem e sabem de tudo que acontece na vida de cada um.
O José e a Maria se casaram sem o consentimento dos pais de Maria, pois estes já sabiam que José não prestava, era ambicioso, cascudo, rancoroso e invejoso. Tudo que não presta numa pessoas estava ali, impregnado nesta pessoa.
Como dizem por aqui, pepino que nasce torto, cresce torto e nem a pau se indireita.
Maria casou-se e teve 4 filhos, todos bem educados, graças a mãe, pois o pai nada fazia por aquelas crianças.
O mais velho cresceu como abóbora, ligeiro e bem como o pai queria, poderia ajudar na lavoura.
A mãe sempre paciente e bondosa, era linda, simples, mas linda. Com seu jeitinho meigo, cativava a todos. Acreditava que os filhos tinham que crescer no seio de uma família.
Sempre generosa, o que deixava o marido raivoso, porque ele tinha o objetivo de angariar bens materiais e acumular dinheiro. Ele teve uma infância pobre, mas que não justifica ser ruim com a esposa e os filhos. Os parentes de Maria achavam que José era doente, doente da cabeça, mas Maria ficava ali firme, fingindo o tempo todo que era feliz, porque assim queria e exigia José.
Os anos se passaram e Maria teve gêmeas, duas meninas lindas, de olhos escuros e cabelos claros. Achavam que agora o coração de José se amoleceria, mas não, continua ruim como erva daninha e duro como ferro.
A vida de Maria também não era fácil, passava muito trabalho com os afazeres da casa e com José, que sempre achava que o serviço dela não rendia e estava mal feito.
Não a deixava passear, pois tinha que trabalhar e dava duro para comprar comida e algumas roupas para os filhos, outras ela ganhava, pois José, muito trabalhador, mas pão duro, só trabalhava para comprar terra e maquinário.
Maria sempre foi religiosa, mas estava meio descrente em Deus e perdia a fé a cada dia.
Amava José e pensava que ele mudaria, porque várias vezes ele fez promessas e parecia mudar seu comportamento, o que durava poucos dias.
Pensava, pouco tempo mais tarde, em se separar de José, já que os filhos estavam criados e encaminhados na vida. Mas a vida nos prega peças que a gente não entende. E depois de 17 anos, nasceu mais um pequeno, um menino enorme, com olhos e cabelos claros, parecido como o pai e se foi água a baixo o desejo de Maria, o de se separar da megera do marido.
Agora Maria pensava novamente no filho e descartou por hora a hipótese de separação, pois o menino precisava de um pai, fosse quem era. Aguentou pouco mais de três anos e não podia mais viver assim e decidiu depois de grande dor, se separar definitivamente do esposo.
Sabia que não seria fácil, pois José era genioso e jamais aceitaria ser descartado como baralho velho.
Após meses de discórdias e brigas, Maria mudou-se para um casarão, onde pensava e sonhava ser feliz. O que durou 30 dias, quando foi acometida por uma doença cruel e Deus a levou, deixando saudades nos filhos e demais familiares.
Com certeza, onde está agora está feliz e cuidando de quem ela gostava.


Maria Mônica, Andressa e Rose.

2 comentários:

  1. Olá pessoal!

    O conto tem uma sequencia envolvente, bem encadeada a trama, ótimo de ler.

    bjs,
    Zezé

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  2. Queridas alunas,
    O texto de autoria de vocês é muito interessante e concordo com o comentário traçado pela Maria José. No entanto a atividade previa a reescrita do conto "A Cartomante" de Machado de Assis, tendo como cenário a cidade e a época de vocês.
    Copio abaixo a orientação postada na unidade
    [...] Você e seu grupo devem reescrevê-lo, tendo como cenário a região em que vocês vivem, seus personagens.
    Os fatos devem representar o momento atual e, para isso, utilizem seus ditos populares, fatos locais marcantes, crença, religiosidade, tradições, costumes, vestuário e o que mais lhes aprouver".
    Aguardo a manifestação de vocês.
    Um abraço!!!

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